Veja como fazer a transição de forma segura para cães e gatos5 min de leitura

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Vai trocar o alimento do seu pet?  

Veja como fazer a transição de forma segura para cães e gatos

Mudanças repentinas podem causar sintomas gastrointestinais e até recusa alimentar. Seguir o processo de transição é fundamental para manter a saúde e o bem-estar dos animais 

 Trocar o alimento de cães ou gatos é uma tarefa simples, mas que exige atenção. Uma mudança brusca pode causar sintomas gastrointestinais, como vômitos, diarreia, desconforto e até fazer o pet recusar a nova comida. Isso acontece porque a alimentação afeta diretamente o funcionamento do sistema digestivo e o equilíbrio da microbiota intestinal — o conjunto de micro-organismos que vivem no intestino e são essenciais para a digestão e a imunidade. 

Para evitar esse tipo de problema, o ideal é fazer a transição de forma gradual e cuidadosa. Quem explica tudo é a médica-veterinária Mayara Andrade, de Guabi Natural (BRF Pet)

“A troca de alimento deve sempre ser feita com planejamento. Isso dá tempo para o organismo do pet se adaptar ao novo alimento, o que evita desequilíbrios e garante uma boa aceitação”, orienta a veterinária. 

Como fazer a transição de forma segura? 

Segundo Mayara, o passo a passo recomendado é misturar o novo alimento ao antigo, aumentando aos poucos a quantidade da nova ração ao longo de 5 a 7 dias. Veja como fazer: 

  • Dias 1 e 2: 10% do novo alimento + 90% do antigo 
  • Dias 3 e 4: 30% do novo + 70% do antigo 
  • Dia 5: 50% de cada 
  • Dia 6: 70% do novo + 30% do antigo 
  • Dia 7: 100% do novo alimento . 

Mas Mayara alerta que nem todos os pets se adaptam no mesmo tempo. “Em casos de sensibilidade intestinal ou doenças pré-existentes, o processo pode levar até 30 dias, sempre com acompanhamento veterinário. Por isso, é fundamental seguir a orientação do profissional de confiança”, reforça. 
 

Mesma marca, nova fase de vida: precisa de transição? 

“Sim! Mesmo que o tutor esteja apenas mudando de um alimento de filhotes para a versão adulta ou sênior da mesma marca, por exemplo, a adaptação continua sendo necessária, principalmente para pets mais sensíveis ou com histórico prévio de alteração gastrointestinal após a troca. O mesmo deve acontecer com alimentos coadjuvantes”, explica Mayara. 
 

Segundo a médica-veterinária, mudanças na composição nutricional — como quantidade de proteína, fibras e gorduras — afetam o funcionamento intestinal. Mesmo que o pet já conheça a marca, a adaptação do organismo precisa de tempo.
 

Por que a troca gradual é tão importante? 

A digestão saudável dos pets depende de uma microbiota intestinal equilibrada. Segundo Mayara, alterações abruptas na dieta podem prejudicar o funcionamento dessas bactérias benéficas, dificultando a digestão e absorção de nutrientes. Isso pode causar desconfortos como gases, fezes amolecidas ou até episódios de vômito e diarreia. 
 

“A microbiota precisa de tempo para se ajustar à nova composição do alimento. A introdução gradual permite que essa adaptação aconteça de forma suave, mantendo o intestino saudável e o pet bem nutrido. Quando as células intestinais estão bem nutridas, elas mantêm sua integridade e funcionam corretamente, melhorando, entre outras coisas, a absorção de nutrientes”, explica. 
 

Além disso, a transição ajuda na aceitação do novo alimento. Cães e gatos são animais neofílicos — ou seja, gostam de novidades —, mas isso nem sempre garante uma adaptação tranquila. 
 

Se isso acontecer, o pet pode associar o novo alimento ao mal-estar e passar a recusá-lo. Por isso, a introdução gradual permite que o intestino se adapte à nova composição, evitando desconfortos e aumentando a aceitação do alimento”, reforça Mayara. 
 

E os filhotes e idosos? Precisam de atenção redobrada 

Filhotes e pets mais velhos são mais sensíveis a alterações na dieta. Em caso de diarreia ou vômito, a médica-veterinária explica que eles podem desidratar com mais facilidade. Por isso, o acompanhamento de um profissional se torna ainda mais essencial nesses casos. 
 

“Essas faixas etárias exigem mais cuidado, tanto pela sensibilidade intestinal quanto pela necessidade de nutrientes específicos. A orientação veterinária é indispensável”, alerta Mayara. 
 

Fique de olho no comportamento do pet 

Mayara recomenda que, durante o período de transição, é importante observar não só as fezes e o apetite, mas também o comportamento do pet. Falta de energia, coceiras, vômitos frequentes ou recusa alimentar prolongada podem ser sinais de que algo não está bem. 
 

“Esses sinais indicam que a adaptação não está sendo bem-sucedida. Nesse caso, o tutor deve interromper a troca e buscar orientação profissional o quanto antes”, orienta. 
 

Converse sempre com o veterinário 

Por mais que a embalagem do alimento traga instruções, Mayara explica que cada pet é único. Sensibilidade, rotina, histórico de saúde e até preferências individuais devem ser levados em conta no processo de transição. 

“O veterinário conhece o histórico do animal e pode indicar o melhor caminho para a troca de alimento — seja ela para um novo sabor, nova fase da vida ou uma dieta especial”, finaliza Mayara Andrade.