Cães, gatos, animais exóticos, aves, entre outros pets, precisam de condições excelentes de trabalho para poder participar de produções publicitárias. Quase igual ao trabalho com humanos, cada animal exige um cuidado especial e algumas regras de conduta devem ser seguidas para preservar a saúde física e mental de cada pet modelo.
Em apoio a Abril Laranja, campanha contra os maus tratos de animais, a Pet Model Brasil, agência de modelos com mais de 1 mil pets cadastrados no país, explica as condições para uma produção publicitária ser realizada e a análise que a agência faz para avaliar as circunstâncias de cada job. “Por conhecer as condições de trabalhos em sets de filmagem, somos muito cuidadosos e preocupados com o bem-estar do animal. Acompanhamos todos os detalhes do job, garantindo que nada, em nenhum momento, prejudique o pet”, afirma a diretora da Pet Model Brasil, Deborah Zeigelboim.
Logo no início, quando uma proposta de trabalho é enviada para agência por uma produtora audiovisual, o briefing e o roteiro começam a ser estudados. Neste momento, a agência analisa o contexto da produção e verifica diversos pontos importantes para a campanha ser aprovada, como: quanto tempo o animal deve ficar em cena, qual o local e as condições do set e com quantas pessoas o pet precisaria contracenar.
“Comparamos a proposta recebida com nossa cartilha de conduta feita separadamente para cada espécie. Se algo não vai de acordo com o que pensamos ou que coloque o bem-estar do pet em risco, recusamos o job. Caso contrário, damos continuidade ao processo e vamos procurar o modelo ideal para aquela campanha”, explica Deborah.
Como a produtora sempre solicita um perfil de animal de acordo com os comandos básicos, intermediários ou avançados que ele vai precisar atender durante a produção, a agência faz outras duas fases de análise: encontrar o modelo que se encaixe na proposta e conversar com o tutor do selecionado para explicar o projeto e esclarecer as dúvidas.
Após aprovação da agência e dos tutores, os pets estão prontos para a gravação. A produtora recebe a cartilha de conduta com todas as indicações e condições necessárias para a participação do animal no trabalho. “Nós monitoramos o pet durante toda a gravação ou sessão de fotos, que também terá seu responsável ou adestrador juntos. Desta forma, o pet terá auxilio nos comandos e garantias que não se estresse ou fique cansado”, afirma Deborah.
Outra exigência da agência é quanto aos horários para as produções, uma vez que o pet precisa estar concentrado para ter um bom desempenho. Por exemplo, um cão não pode ultrapassar o período de seis horas em produção, nem aguardar mais de 60 minutos para começar a gravação. Para não se distrair, o pet precisa ficar separado de outros possíveis animais, ter um local separado no estúdio para trocas de figurino ou pausas e chegar um pouco antes para se ambientar.
Muitas vezes, quando o projeto desvia do programado, não atendendo mais aos cuidados exigidos pela Pet Model Brasil, a agência precisa intervir e parar com a produção. “Fizemos isso em um determinado job em que a ave selecionada não estava em segurança, ou seja, a partir do momento em que a saúde física ou mental do animal passa a ser prejudicada, conversamos com os responsáveis e suspendemos as gravações. Estamos atentos a qualquer situação possível de maus tratos. É inviável que qualquer animal esteja em perigo”, ressalta Deborah.
“Uma produção sem maus tratos é aquela que respeita o animal como ser vivo. Ele está ali para realizar os comandos solicitados, mas continua sendo indefeso e precisa de uma atenção especial, principalmente nossa como agência e responsável. Prezamos pelas boas condições sempre”, conclui Deborah.