Saber como interpretar a linguagem corporal do animal permite ajustar a rotina de acordo com suas necessidades proporcionando mais bem-estar e qualidade de vida
Os pets não falam com palavras, mas se comunicam o tempo todo. Entender a linguagem corporal deles é um passo essencial para garantir bem-estar e fortalecer o vínculo entre tutores e animais de estimação. Cães e gatos expressam emoções, desejos e desconfortos por meio de posturas, expressões faciais, vocalizações e até pequenos gestos, que muitas vezes passam despercebidos no dia a dia.
“Observar o corpo do pet é uma das formas mais eficazes de compreender como ele está se sentindo. Um rabo abanando não significa sempre felicidade, e um gato se escondendo pode estar expressando medo ou estresse”, explica a médica-veterinária e gerente de produtos da Pet Nutrition, Bruna Isabel Tanabe.
Identificar os diferentes estados emocionais dos pets permite agir com mais consciência. Cães relaxados, por exemplo, costumam ter o corpo solto, orelhas em posição natural e expressão facial tranquila. Já um cão estressado pode demonstrar inquietação, lamber os lábios em excesso ou bocejar fora de hora.
No caso dos gatos, a cauda erguida com a ponta levemente curvada indica confiança e alegria, enquanto orelhas voltadas para trás ou olhos muito arregalados sinalizam tensão. Comportamentos repetitivos, como andar em círculos ou lamber as patas de forma compulsiva, também merecem atenção. “Esses sinais indicam que algo no ambiente ou na rotina está afetando o equilíbrio emocional do pet”, complementa a especialista.
Não é necessário fazer grandes mudanças para promover o bem-estar. Atitudes simples, como respeitar o tempo do pet para descansar, oferecer brinquedos interativos ou garantir um espaço seguro e silencioso, já trazem impactos positivos. “Um passeio mais calmo, com tempo para o cachorro farejar, é muito mais enriquecedor do que uma caminhada apressada. Para os gatos, esconder petiscos pela casa estimula os instintos naturais e reduz o tédio. São medidas simples, mas que podem auxiliar a criar um ambiente mais harmônico e que atende as necessidades do pet”, sugere Bruna.
Os petiscos também têm papel importante na criação de boas associações. Quando oferecidos em momentos estratégicos – por exemplo, após um comportamento desejado ou durante a exploração de um ambiente novo – eles reforçam sentimentos de segurança e prazer. “Um snack ofertado após um treino, ou quando o pet retorna para a caminha por conta própria, contribui para o aprendizado e para o equilíbrio emocional. Os petiscos são uma ferramenta que fortalece a relação entre tutor e animal, promovendo estímulos positivos e melhorando a qualidade de vida dos animais”, orienta.
Como visto, entender o comportamento dos animais é, acima de tudo, um exercício de escuta ativa – ainda que silenciosa. “A linguagem corporal é o canal mais honesto de comunicação entre pet e tutor. Quando aprendemos a interpretá-la, deixamos de reagir apenas aos comportamentos e passamos a cuidar das emoções que os causam. É aí que a convivência se torna verdadeiramente harmoniosa”, conclui Bruna.
Entender os sinais, respeitar os limites e agir com empatia são atitudes que transformam a relação entre humanos e seus companheiros de quatro patas em uma parceria mais consciente, equilibrada e cheia de afeto. Afinal, quando o tutor compreende o que o pet tenta dizer, o dia a dia se torna mais leve, e o lar, de fato, mais feliz para todos.