CRMV-SP orienta a população a vacinar seus pets contra a raiva4 min de leitura

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De acordo com o Ministério da Saúde, por falta de vacina, a campanha nacional de imunização gratuita não acontecerá em agosto; clínicas particulares têm doses disponíveis

A campanha de vacinação gratuita de cães e gatos contra raiva, normalmente promovida em agosto, está sem data para acontecer no Estado de São Paulo, por conta de uma alteração no cronograma de entrega das vacinas ao Ministério da Saúde. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) orienta os tutores a imunizarem seus animais de estimação nas clínicas e consultórios particulares, para garantir a prevenção da doença.

“A vacinação de cães e gatos é importante para zelar pela saúde, tanto dos animais quanto dos seres humanos. Manter a carteira de vacinação anual do pet em dia é fundamental”, ressalta a médica-veterinária Adriana Maria Vieira Lopes, presidente da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP.

Entenda a alteração no calendário da campanha

De acordo com nota oficial do Ministério da Saúde, o laboratório que produz a vacina antirrábica inativada para uso exclusivo em cães e gatos (VARC) e fornece esse imunobiológico ao governo informou que o cronograma de envio do produto foi alterado. Com isso, a previsão é de que a entrega aconteça, apenas, a partir do mês de novembro.

Uma vez que somente após essa entrega o Ministério poderá distribuir as vacinas ao Estado de São Paulo, que, por sua vez, distribui aos municípios, a campanha de vacinação contra a raiva não tem data para ser realizada.

No caso da cidade de São Paulo, a Prefeitura informou que 13 postos fixos terão vacinas disponíveis. Para saber os endereços, basta entrar em contato pelos telefones 156 e (11) 3397-8900.

Há regiões do Brasil que precisam ser priorizadas, por serem localidades com maior risco epidemiológico. Segundo o Ministério, serão distribuídas doses de vacina apenas para as cidades do Estado do Maranhão, bem como aos municípios dos Estados da Região Nordeste (CE, PE, PI, RN) e que fazem fronteira com a Bolívia (MS, MT, RO e AC).

95% dos casos são provocados por cães infectados

A raiva é uma doença causada por vírus, do gênero Lyssavirus, da Família Rhabdoviridae. É caracterizada como uma encefalite progressiva aguda, de distribuição mundial, que acomete os mamíferos. Sua transmissão ao ser humano ocorre pelo contato com a saliva de animais infectados com o vírus e, geralmente, a infecção se dá por meio de mordeduras, podendo também ser por meio de arranhaduras e/ou lambeduras.

“A raiva apresenta praticamente 100% de letalidade e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em mais de 95% dos casos humanos a transmissão ocorre por agravos causados por cães infectados”, argumenta a médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, que integra a Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP.

A prevenção é feita por meio de vacinas, em esquemas pré ou pós-exposição. “No entanto, ainda causa aproximadamente 59 mil mortes por ano em todo o mundo, devido à falta de acesso à profilaxia ou inexistência desta em algumas localidades. As crianças são as maiores vítimas”, comenta a médica-veterinária Dra. Adriana Maria Vieira Lopes, presidente da Comissão.

As variantes antigênicas mais encontradas no Brasil são: variantes 1 e 2, isolada dos cães; variante 3, de morcego hematófago Desmodus rotundus; variantes 4 e 6, de morcegos insetívoros. 

Impactos e prevenção

No Estado de São Paulo nunca houve circulação da variante 1. Quanto à variante 2, não há circulação desde 1999.

Porém, levando em consideração que a entrega da próxima remessa de vacina antirrábica para cães e gatos ao Ministério da Saúde está prevista para o fim do ano, é imprescindível que sejam reforçadas, pelos municípios, as ações de vigilância, prevenção e controle, conforme recomendações do Guia de Vigilância em Saúde/MS-2019.

Políticas de erradicação

Em caso de suspeita de raiva atendidos em estabelecimentos médico-veterinários particulares, os médicos-veterinários devem notificar formalmente o poder público municipal, por meio do Centro de Controle de Zoonoses.

Considerando o monitoramento da circulação viral em animais, os municípios devem adotar o envio de amostras, em bom estado de conservação, identificadas e com fichas de “requisição de exame laboratorial para diagnóstico de raiva”, devidamente preenchidas, ao laboratório de diagnóstico, conforme orientações constantes no site do Instituto Pasteur (http://www.saude.sp.gov.br/instituto-pasteur/homepage/acesso-rapido/envio-de-amostras).

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