Férias: rede hoteleira investe na modalidade pet friendly4 min de leitura

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Tutores devem avaliar as regras dos estabelecimentos e o perfil do peludo com foco na saúde e no bem-estar animal

No segmento de turismo, a opção de hospedagem para viajantes com seus animais de estimação já é uma realidade. No Estado de São Paulo, por exemplo, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (Abih-SP) observa que o número de hotéis pet friendly cresce de forma acelerada nas cidades do interior.

Foi justamente na região interiorana, na cidade de Brotas, que a jornalista e estudante de Medicina Veterinária, Ana Catarina Flaquer, decidiu se hospedar com seu cãozinho, Chorão, um viralatinha de aproximadamente seis anos que ela resgatou.

Atualmente existem estabelecimentos com espaços específicos para a acomodação dos animais e há aqueles que permitem que os pets fiquem no quarto com seus tutores, os quais se responsabilizam por todo o cuidado com os peludos. Esta foi a opção escolhida por Ana. “Eu adorei. Agora só quero viajar se puder levar o Chorão.”

No entanto, conversando com hóspedes sobre viagens anteriores com os pets, Ana soube que nem sempre a viagem é tão positiva. “Percebi que muitos tiveram problemas e, embora a minha experiência tenha sido boa, passei a ser mais cautelosa em relação aos hotéis.”

Quais seriam, então, as observações a serem feitas na hora de escolher a hospedagem com um animal de estimação?

De acordo com o médico-veterinário e presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Thomas Faria Marzano, primeiramente os tutores devem procurar se certificar sobre os cuidados com a higiene do local, que devem ir além dos convencionais para a manutenção da limpeza dos ambientes.

Escolha deve ser criteriosa
As exigências feitas pelo hotel para que o pet seja aceito também são fundamentais. “Deve ser exigido que o animal esteja em boa condição de saúde, com carteira de vacinação em dia, vermifugação e uso de antiparasitários para prevenção contra pulgas e carrapatos e, preferencialmente, com apresentação de exame de fezes”, diz o médico-veterinário.

Marzano lembra que todos os cuidados são formas de garantir que os animais não transmitam doenças. Um exemplo é a Dirofilariose, conhecida popularmente como verme do coração e que é considerada grave, mas que pode ser prevenida com fármacos.

“Também é indispensável que o animal use coleira repelente para a prevenção da Leishmaniose, cujo número de casos tem aumentado em diferentes cidades do interior de São Paulo”, enfatiza o médico-veterinário sobre a doença que também afeta humanos e é transmitida por picada de mosquito aos cães e aos seres humanos.

Segundo Marzano, todos os cuidados listados são considerados básicos para a saúde dos cães e gatos e devem ser mantidos independentemente da viagem. No entanto, observar se o hotel exige esses cuidados é uma forma de garantir que os demais animais hospedados também estejam tratados com as mesmas medidas preventivas, para a garantia da saúde dos hóspedes, humanos ou animais.

Bem-estar
Além dos cuidados no âmbito sanitário, há o fator bem-estar a ser avaliado. Neste quesito, a Dra. Cristiane Schilbach Pizzuto, médica-veterinária presidente da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP, é categórica: “não basta estar com a questão sanitária saúde em dia, é preciso pensar nas condições necessárias para o bem-estar do animal.”

A dica de Cristiane é que, antes mesmo de começar as pesquisas para a hospedagem, os tutores avaliem se o pet tem um comportamento compatível com a viagem que se pretende fazer.

Em casos de animais muito agitados, medrosos ou que estranham ambientes diferentes, por exemplo, a viagem pode ser muito negativa para o pet e para a família, inclusive com a possibilidade de desdobramento em problemas de saúde.

“Outros pontos a serem avaliados são as limitações físicas, como doenças, idade avançada, sobrepeso, tolerância às condições climáticas da região. É preciso pensar no conforto do animal”, frisa a médica-veterinária.

De acordo com Cristiane, o perfil do pet também será determinante para o tipo de acomodação e de atividades e passeios que eventualmente os hotéis ou empresas parceiras ofereçam.

Prepare-se para recalcular a rota
A jornalista e estudante de Medicina Veterinária Ana Catarina Flaquer frisa que as famílias que optarem por levar seus animais para viajar devem ter ciência de que a qualquer momento podem surgir intercorrências ou limitações devido à presença do peludo.

“É preciso estar tranquilo para o caso de recalcular a rota e, por exemplo, deixar de participar de atividades que não incluam o animal ou nas quais ele não fique bem”, enfatiza Ana.

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