A forma de armazenar ajuda a preservar as características e evita contaminações
Todo tutor deseja oferecer o melhor para o seu pet e isso começa com uma alimentação de qualidade, formulada com ingredientes selecionados e pensada para atender às necessidades específicas de cada animal. No entanto, um ponto muitas vezes esquecido pode comprometer todo esse cuidado: a forma como a ração é armazenada. Se feito de forma inadequada, pode afetar diretamente a qualidade do alimento e, consequentemente, a saúde e o bem-estar do pet.
Conservar a ração da forma correta é essencial para garantir que ela preserve suas propriedades e esteja segura para o consumo. O ideal é que ela seja mantida em sua embalagem original, uma vez que a parte que fica em contato direto com o alimento é desenvolvida para protegê-lo de fatores como umidade e oxigênio.
Juliana Soncin, Médica-Veterinária da Adimax, uma das maiores fabricantes de alimentos para cães e gatos do Brasil, explica: “A embalagem original protege o que está dentro do alimento, como gorduras, aromas e umidade, e evita que fatores externos, como luz, oxigênio e cheiros estranhos, alterem a qualidade do produto. Os alimentos Super Premium, por exemplo, costumam ter um teor de gordura mais elevado e, para preservar suas características, precisam de embalagens com barreiras mais resistentes, que impedem a passagem de oxigênio e luz, ajudando a manter o frescor e o sabor do produto”. É importante destacar que a embalagem precisa ser bem fechada.
Mesmo que o tutor compre as embalagens grandes, de 10 e 15 kg, a recomendação é que o alimento seja conservado nela. “Para tornar o manuseio mais prático, o alimento pode ser fracionado em pacotes menores e bem fechados, e estes serem armazenados dentro da embalagem original. Desta forma, é possível fazer a abertura de cada pacote, conforme o consumo”, sugere a Médica-Veterinária.
Se o tutor achar mais prático armazenar o alimento em recipientes como os baldes, é importante evitar aqueles que não tenham uma boa vedação, conforme Soncin orienta: “Existem no mercado diversas opções de potes específicos para armazenar ração, sendo interessante procurar pelos que permitem a vedação total com rosca ou trava, ou ainda os herméticos, para diminuir a exposição do alimento ao oxigênio, à umidade e evitar a entrada de pragas que possam contaminá-lo. Recipientes de aço inox também são uma boa opção, pois protegem do calor e não retêm odor. E no caso do pote ser de plástico, o tutor deve optar por aqueles feitos de plásticos alimentícios e nunca transparentes, já que a luminosidade degrada nutrientes”.
Outro ponto importante é o local onde a ração é guardada. O ambiente ideal deve ser fresco, seco e arejado, longe do calor e de cheiros/produtos químicos. Isso porque as altas temperaturas e a exposição constante do alimento ao oxigênio podem acelerar o processo de oxidação de gordura que torna a ração rançosa e com mau odor; a umidade pode levar à proliferação de mofo e bactérias; e a luz solar direta pode degradar alguns nutrientes. As pragas, como formigas, baratas e ratos, podem contaminar o alimento e ainda transmitir doenças, comprometendo a saúde do animal.
Além disso, é fundamental verificar sempre a data de validade e respeitar o prazo de consumo indicado após a abertura da embalagem. “Os alimentos secos completos (rações) da Adimax possuem validade de 12 meses ou de 18 meses após a sua data de fabricação. Após a embalagem ser aberta, é importante que esteja ao abrigo de luz, umidade, oxigênio e pragas, para que o seu sabor, textura e aroma sejam conservados”, complementa a Médica-Veterinária.
Para finalizar, Juliana Soncin esclarece algumas dúvidas comuns dos tutores:
– Pode misturar ração nova com a antiga no recipiente?
O ideal é acabar com a ração antiga, higienizar o recipiente e depois colocar a nova. Assim, não há risco de contaminação da nova pela antiga, que já iniciou o processo de oxidação, quando o sabor fica rançoso e passa a ter mau odor. O contato entre os dois alimentos também pode diminuir a durabilidade e qualidade do novo, pois o antigo já estava em contato com oxigênio e luz.
– Com qual frequência é necessário lavar o recipiente?
Não há uma frequência pré-estabelecida. É interessante higienizar quando acabar uma embalagem e for armazenar um novo. Assim, são retirados os resíduos de gordura e de ração antiga que acumulam no pote e até possíveis contaminações, como fungos e bactérias. A higienização deve ser feita com produtos neutros para não deixar cheiro, e enxaguar com abundância para sair todos os resíduos do produto de limpeza. Outro ponto fundamental é ter certeza de que, após a limpeza, o pote fique perfeitamente seco, para não correr o risco da umidade mofar o produto.
– Para o tutor que viaja com o pet, qual é a maneira recomendada de armazenar a ração para transporte?
Da mesma forma que armazena em casa. Caso seja de 1kg, 2kg ou 2,5kg, é preferível que mantenha na embalagem original. Se tomar muito espaço, é indicado armazenar em potes com uma boa vedação, livre de umidade, luz, calor e pragas.
Com cuidados simples, mas importantes, é possível garantir a qualidade do alimento até o último grão — e, mais do que isso, preservar a saúde e o bem-estar dos pets.