Natal com pets exige cuidados especiais5 min de leitura

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Em casa que tem pet, a decoração de Natal deve ser planejada com muita cautela para evitar acidentes e imprevistos nada agradáveis. Árvores repletas de bolas coloridas, luzes piscando, estrelas cheias de pontas, velas, guirlandas e enfeites pendurados ou com movimento chamam muito a atenção de cães e gatos, por isso, na hora de decorar a casa é preciso alguns cuidados para o bem-estar do animal e, principalmente, para que a festa não acabe em uma emergência veterinária.

Curiosos, os animais de companhia adoram brincar com tudo que veem pela frente, por isso, a família precisa estar atenta. “Os acidentes mais comuns são os traumas; a ingestão acidental de corpo estranho; e choques elétricos devido a mordedura”, explica o médico-veterinário Eduardo Nelson da Silva Pacheco, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Pacheco ressalta que os felinos, por sua natureza de caçadores, são os que mais sofrem por serem atraídos pelo brilho da decoração e pelas luzes do pisca-pisca.

A médica-veterinária Cristiane Schilbach Pizzutto, presidente da Comissão Técnica do Bem-estar Animal (CTBEA) do CRMV-SP, concorda e acrescenta que o risco de incêndio e de choques elétricos causados pela curiosidade é grande e as consequências podem ser realmente graves.

“É inevitável que o gato tente escalar, porque gosta de diferentes alturas e a árvore é um atrativo”, afirma Cristiane, destacando ainda que se o animal ingerir algum item natalino pode sofrer perfuração, cortes e até obstrução intestinal.

Atenção além da árvore de Natal

E não é só a árvore de Natal que pode ser alvo da travessura dos pets. Arranjos com velas e fitas, espalhados por aparadores e mesas pela casa, e festões pendurados por toda parte podem se tornar armadilhas.

De acordo com a presidente da CTBEA, principalmente no caso do gato, a curiosidade é que vai dizer se a vela é perigosa ou não, dependendo do quanto o animal é ativo. “Conhecendo o perfil do pet, a família vai saber o que é ou não perigoso e caso ele interaja de forma muito intensa às novidades, certamente, vai precisar de mais atenção ou mesmo será necessário excluir o item da decoração”, enfatiza.

Cristiane alerta para se evitar fitas e festões pendurados em casa com felinos ou filhotes de cães, pois atraem a atenção e podem causar sufocando ou enforcamentos, devido a tendência dos animais a fazerem movimentos circulares.

Os presentes deixados embaixo da árvore, tão cobiçados pelas crianças, também podem gerar incidentes. Eduardo Nelson da Silva Pacheco recomenda evitar colocar especialmente alimentos, pois isso pode despertar a curiosidade pelo olfato levando o pet a destruir o pacote e, sendo chocolate, sofrer intoxicação.

Cristiane Schilbach Pizzutto vai além e recomenda não colocar nenhum embrulho embaixo da área. “Presentes são muito atrativos, o animal vai cheirar, pegar, rasgar, vai revirar tudo e pode até mesmo sufocar com as embalagens.”

Festa tranquila

Diante de tantos riscos que podem se esconder por trás de luzes piscantes, enfeites e pacotes coloridos, como decorar a casa para o Natal sem colocar os pets em perigo e, ao mesmo tempo, tornar o ambiente agradável para todos os membros da família?

“É possível transformar o ambiente natalino em algo enriquecedor para seu animal”, garante a médica-veterinária Cristiane Schilbach Pizzutto, presidente da CTBEA do CRMV-SP, esclarecendo que existem alguns tipos de enfeites que devem ser deixados de lado.

Em primeiro lugar, a árvore deve ser fixada em uma base forte para que não tombe quando o gato resolver escalá-la. Nada de luzes, nem bolas de vidro, estrelas e enfeites de metal pontiagudos. “O animal não vai diferenciar o que é uma árvore para ele de uma árvore para a família. As pessoas têm de entrar em um acordo, se quiserem colocar luzinhas, pode, mas só na varanda ou do lado de fora da janela, protegidas do acesso do animal”, esclarece Cristiane.

A médica-veterinária lembra, ainda, que os tutores de felinos costumam manter várias prateleiras e plataformas pela casa. Elas podem até estar decoradas com festão, desde que não pendurados, mas bem presos para o gato se esfregar, se coçar, “eles gostam bastante desse tipo de contato, de demarcar o território. Aliás, as pessoas têm de entender que, às vezes, o gato vai demarcar a árvore de Natal, isso é natural”.

Interação total

Agora, se a ideia do tutor é que seu pet realmente interaja com a árvore de Natal, ele pode criar vários atrativos como, por exemplo, esconder brinquedos ou alimentos. No caso dos cães, as bolas penduradas podem ser do tipo dispenser de ração, de modo que o animal possa tirás-la da árvore, rolar e brincar.

“É necessário que as bolas sejam seguras, rígidas, feitas de material especial. O que não pode é fazer adaptação com bolas natalinas comuns de plástico, porque uma simples mordida podem quebrá-las e causar danos ao pet”, ressalta Cristiane, lembrando que é preciso fornecer brinquedos adequados ao tamanho e à espécie do animal.

E na hora de montar a árvore, nada mais justo que os cães e gatos da casa estejam presentes e participem do momento com os tutores. “Se a família está disposta a fazer da árvore um item de enriquecimento ambiental, tudo é diversão, só tem que tomar cuidado com a forma com que o animal vai interagir para não ter acidentes”, conclui a presidente da CTBEA.

Natal com segurança

  • Não use bolas de vidro ou enfeites de metal pontiagudos;
  • Não enfeite a árvore de Natal com pisca-pisca, prefira colocar as luzes em varandas ou do lado de fora das janelas, onde os pets não tenham acesso;
  • Não deixe festões e fitas penduradas ao alcance de gatos e cães filhotes;
  • Evite enfeites muito pequenos, que possam ser engolidos pelos animais;
  • Certifique-se de que a árvore está bem fixada no chão e não há perigo de tombar quando o gato tentar subir;
  • Deixe o pet acompanhar a montagem da árvore, isso evita a surpresa de conhecê-la só depois de pronta, o que potencializa a curiosidade de cães e gatos.

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