Pets também podem doar sangue e salvar vidas de outros animais4 min de leitura

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No Dia Nacional do Doador de Sangue, 25 de novembro, médico-veterinário Thomas Marzano alerta para maior conscientização sobre doações para cães e gatos

A baixa de estoque de bolsas de sangue para atender pacientes que precisam de transfusão não é algo recorrente somente nos hemocentros humanos. O mesmo cenário ocorre com cães e gatos que precisam de transfusão em clínicas e hospitais veterinários. A difusão de informações e a sensibilização de tutores sobre o procedimento é essencial.

Em São Paulo, estima-se que sejam usadas cerca de 20 mil bolsas por mês nos hospitais veterinários. O Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado em 25 de novembro, portanto, é uma data importante também para a saúde animal e uma oportunidade de incentivar a doação voluntária também pelos pets.

“Situações comuns como atropelamentos, intoxicações e cirurgias podem levar à necessidade de uma bolsa de sangue para salvar o animal e garantir uma recuperação eficaz. Enfrentamos diariamente a falta de sangue de cães e gatos para transfusão”, conta o médico-veterinário Thomas Faria Marzano, presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) e diretor clínico do Hospital Veterinário Jardins.

Manter esses bancos com o estoque regularizado é tão importante quanto nos hemocentros humanos. “Ampliar o cadastro de doadores voluntários possibilita que tenhamos atendimentos mais ágeis para a transfusão de sangue, aumentando as chances de salvarmos um maior número de vidas em nossas clínicas e hospitais veterinários”, afirma Marzano.

O profissional lembra que existem bancos de sangue veterinários particulares e universitários que recebem o cadastro de doadores durante todo o ano. “Entretanto, nem todo pet pode se tornar um doador e essa avaliação será feita de forma criteriosa. É fundamental ampliarmos a conscientização, para que cada vez mais animais sejam cadastrados”, explica.

 

Saúde em dia para o pet voluntário

Tutores de cães e gatos que se sensibilizam com a causa devem procurar um banco de sangue especializado. Para estarem aptos a doar, animais de companhia precisam atender a alguns critérios específicos, de forma a garantir que o processo de coleta ocorra da forma mais saudável possível.

O animal deve ser dócil e nunca ter realizado uma transfusão de sangue. Gatos, por exemplo, precisam ter, no mínimo, seis quilos e o limite de coleta por animal é de 16 ml. Já os cães precisam ter mais de 30 quilos para a coleta máxima de 500 ml de sangue. “É interessante observar também que os animais precisam estar vacinados, vermifugados, ter entre dois e oito anos e, no caso das fêmeas, não podem estar no cio ou prenhas”, elucida o profissional.

Assim como na doação de sangue humano, para estar apto a doar, o animal passa por uma avaliação criteriosa. O presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, Thomas Marzano, detalha o check up completo da saúde do animal. No caso dos cães, são necessários os seguintes exames:

  • Hemograma completo
  • Leishmaniose
  • Dirofilariose (infecção parasitária)
  • Ehrlichia (infecção bacteriana)
  • Doença de Lyme (transmitida por carrapatos)
  • Brucelose (também conhecida como Febre de Malta ou Febre de Gibraltar, transmitida por bactérias)
  • Exames de função renal e hepática

Já para os gatos, uma das vantagens de se tornar doador é conseguir de forma gratuita os resultados de exames como:

  • Hemograma completo
  • Função renal
  • Sorologia para FIV (imunodeficiência viral felina)
  • Sorologia para FELV (Leucemia viral felina)
  • PCR Micoplasmose (doença que pode levar a anemia intensa)
  • Tipagem sanguínea

“É por esse cuidado que reforçamos a ideia de que, além de salvar vidas, ter um pet doador também é garantia de um olhar cuidadoso e aproximado da saúde do seu animal”, explica o médico-veterinário.

Os bancos de sangue veterinários devem ser registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado em que atuam e contar com um médico-veterinário responsável técnico averbado junto ao órgão, profissional que irá garantir uma coleta sem riscos. “O ideal é que o tutor procure um banco de sangue de confiança para o cadastro, os exames e a coleta. Essa é a melhor forma de garantir um procedimento seguro, lembrando que o animal pode doar a cada dois meses”, ressalta Marzano.

 

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