Colocar cães de estimação como pajens ou daminhas para levar as alianças ao altar é tendência, mas exige treinamento e planejamento
Tutores de pets sabem o quanto é gratificante ter a presença do cãozinho em momentos marcantes da vida, por isso, muitos não querem deixá-los de fora do dia do casamento. Hoje, com cada vez mais donos considerando os bichinhos como parte da família, cresce o número de casais que vai além e sonha em dar papel de destaque para seu pet durante a cerimônia, levando as alianças ao altar.
Optar por um noivinho pet pode deixar a cerimônia mais descontraída e alegre, além de arrancar sorrisos dos convidados – afinal, quem resiste ao charme de um cãozinho vestido a caráter entrando com as alianças? Porém, é preciso ter em mente que o pet precisará ser treinado por um profissional para que tudo saia conforme o planejado, e não aconteça nenhum imprevisto que estresse o animal ou incomode os convidados.
Para o especialista em comportamento animal e adestrador Cleber Santos, é fundamental planejar antecipadamente o treinamento do cão, para que a participação no casamento aconteça com naturalidade e seja um momento prazeroso também para ele. “É preciso começar a treinar o cão de dois a três meses antes da cerimônia e pensar no seu bem estar, para que o pet esteja tranquilo no dia da celebração”, explica.
Confira o que recomenda o especialista:
Socialização do cão
Por envolver a presença de um grande número de pessoas, a celebração pode ser um momento estressante para o animal, então, é imprescindível treiná-lo para que sinta-se confortável na presença de muita gente. “Além de se certificar de que o pet é sociável, é preciso realizar um treinamento com adestrador, tanto na casa do cão como em ambientes externos de grande circulação de pessoas – como praças e parques. Isso ajuda a avaliar o nível de estresse e fazer com que o animal fique calmo”, explica.
Reconhecimento do local e cerimônia
Se possível, é recomendado que o adestrador leve o cão ao local onde será realizada a cerimônia, na véspera do casamento. “Essa prática ajuda o pet a reconhecer o lugar e permite que sinta os cheiros que fazem parte do ambiente, para que não se distraia no grande dia, aumentando muito as chances de que tudo saia como planejado”, diz ele.
Personalização
Os pets podem participar da cerimônia das mais diferentes formas – como caminhando à frente da noiva, parado ao lado do noivo, ou levando as alianças em uma cesta segurada pela boca. Para cada cenário, é importante treinar o cão com antecedência para que consiga realizar com facilidade o que é esperado pelos noivos.
“Há donos que desejam que o pet sente-se para entregar as alianças, há outros que permitem que o animal pule e comemore com os noivos, por isso, o treinamento deve ser personalizado. Após os noivos decidirem o que o pet fará, o cão é adestrado por dois a três meses, dependendo da inclinação que o animal tem para adestramento”.
Dia do “noivinho”
Nada mais justo do que oferecer ao pet cuidados que garantam que apareça tão bem quanto os noivos no grande dia, já que ele terá um papel de destaque na celebração. “Vale a pena investir no bem estar e na estética do animal, como banho e tosa especiais, roupa de noivinho, ou até mesmo penteados. Isso fará com que o cão fique mais integrado ao evento, e fará toda a diferença durante a entrada dele na cerimônia”.
Hospedagem durante a festa
Nenhum dono quer passar a festa de casamento preocupado se o seu cão está sendo bem cuidado, e, em geral, não é viável deixá-lo solto pelo local após a cerimônia, pois além de o cão precisar de cuidados nem todos os convidados gostam de pets. Por isso, outra dica importante é contratar um serviço para cuidar do cão durante e após a festa. “Após tirar as fotos que marquem a presença do ‘noivinho’, é preciso ter um local definido para que ele descanse da agitação do dia, seja em um hotel para cães ou em um local separado com um adestrador que fique com o pet para assisti-lo”, afirma.
Sobre Cleber Santos- Especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos, quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios e especializações, inclusive em outros países – Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet, centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de pets de famosos, entre eles o DJ Alok.