Viajar com o pet no verão exige cuidados e visita prévia ao médico-veterinário6 min de leitura

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Antes de preparar as malas do seu animal de estimação, é preciso se atentar aos principais cuidados sanitários e orientações para garantir uma viagem segura e saudável

Férias de fim de ano e o calor do verão são a combinação perfeita para viagens familiares. Um bom planejamento é primordial para que o passeio seja tranquilo e proveitoso para todos. O que muitos tutores não sabem é que o pet precisa ser inserido no planejamento que precede a partida para as férias e o primeiro passo começa com uma visita ao médico-veterinário de confiança.

A avaliação e a orientação de um profissional é essencial para garantir o bem-estar do animal durante os dias de descanso com a família. “O médico-veterinário vai conferir se as vacinas estão em dia e pedir os exames necessários para que o pet siga viagem da forma mais saudável possível”, explica o médico-veterinário Thomas Faria Marzano, presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

O destino, o meio de transporte e a data da viagem são informações que precisam ser apresentadas ao médico-veterinário para que ele indique os cuidados específicos para cada tipo de passeio. Também é muito importante que o tutor confira as regras de transporte de animais das companhias aéreas e rodoviárias, e as Leis de Trânsito, quando for o caso.

Dependendo do destino, lembre-se de conversar com o médico-veterinário sobre o Atestado de Saúde e o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos. Recentemente, o CRMV-SP lançou, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários a edição atualizada do Guia para Emissão de Atestado de Saúde de Pequenos Animais e a primeira edição do Guia para Utilização de Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos com algumas orientações. 

Confira a seguir as dicas do CRMV-SP do que deve ser levado em consideração antes da viagem e converse com o seu médico-veterinário:

 

  1. Vacinação: é preciso garantir que todas estejam em dia. Atenção especial à vacinas como V8, Antirrábica, contra Gripe e contra Giárdia/Giardíase. Algumas companhias aéreas exigem que a vacina Antirrábica seja aplicada com no mínimo 30 dias de antecedência a data do embarque.

  2. Coleira repelente e antiparasitários: Marzano é categórico: “Quando o assunto é Leishmaniose, a coleira repelente é indispensável”. A doença é mais comum no verão, pois as altas temperaturas são ideais para a proliferação do vetor da Leishmaniose, o mosquito Palha. As altas temperaturas também geram aumento na proliferação de parasitas como pulgas e carrapatos, por isso, é necessário escolher também qual antiparasitário é o ideal para o seu pet. 

  3. Vermifugação: uma dúvida recorrente é se a vermifugação é necessária antes de uma viagem. O ideal é realizar um exame parasitológico das fezes. “Assim, vamos saber se existe alguma verminose. Se algo for detectado, iremos iniciar o tratamento com as medicações corretas”, explica o presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP.

  4. Verme do coração: está aqui outro vilão para a saúde dos pets no verão. A Dirofilariose, conhecida como Doença do Verme do Coração, é comum nos períodos mais quentes também por conta do cenário ideal à proliferação de carrapatos e do mosquito vetor. “O ideal é prevenir a picada do mosquito vetor e fazer a desparasitação com o médico-veterinário. Os primeiros sinais da doença são tosse e cansaço fácil”, orienta o profissional.

 

Sol e calor: saiba como proteger seu animal

Sombra e água fresca é uma ótima forma de definir o que se busca nas férias. No verão, tutores precisam ser vigilantes quanto aos problemas de saúde causados pelo excesso de calor.

De um modo geral, os animais são mais suscetíveis as altas temperaturas que os humanos. Por isso, a médica-veterinária Dra. Carolina Filippos, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, dá dicas de como garantir o bem-estar dos pets. “Devemos evitar atividades físicas nas horas mais quentes do dia, entre 10 e 16 horas, e oferecer sempre água fresca e limpa, assim como dispor de sombra para proteção contra os raios solares”, explica.

Esses são cuidados básicos, importantes a todas as raças, entretanto, algumas exigem mais atenção, sendo inclusive fator determinante na hora de decidir se é ou não viável levar o pet na viagem. “Em geral, os animais das raças braquicefálicas (de focinho achatado) são os menos resistentes ao calor e podem apresentar sérios problemas de saúde, inclusive com ocorrências de crises que podem levar o animal até ao óbito”, indica Carolina. 

Exemplos de raças braquicefálicas são os Buldogues Francês e Inglês, Pug, Shih Tzu e Boxer. E se a ideia é proteção e bem-estar, os tutores devem lembrar que não são só os humanos que precisam de protetor solar. “Cães com pelagem e pele branca podem sofrer queimaduras. É preciso passar protetor nas pontas de orelhas e focinho, principalmente. Existem protetores específicos em farmácias de manipulação. Basta pedir a indicação do seu médico-veterinário de confiança”, explica Thomas Marzano.

 

Hora do mergulho

Quando em locais desconhecidos, a supervisão do animal é vital. Verminoses intestinais, intoxicação alimentar e ingestão de corpos estranhos são alguns problemas recorrentes por falta de atenção do tutor. 

Nas cidades litorâneas de São Paulo é proibida em lei a presença de animais nas faixas de areia das praias. Respeite as leis locais e mantenha o passeio com o pet no calçadão e, consequentemente, longe do mar.

Nas piscinas, a supervisão é primordial. Thomas Marzano aponta um cuidado importante: “Sempre que levar o animal para a piscina, identifique se há um local pelo qual ele saia facilmente da água, pois pode haver risco de afogamento.”

A atenção não para por aí. Marzano explica que o contato com a água pode gerar alguns problemas de saúde ao animal. “Dermatites e otites são muitos comuns durante esses passeios. Alguns animais podem ter reações alérgicas ao cloro. É sempre fundamental dar banho com água sem cloro depois da piscina e secar bem o animal”, explica.

Deve-se também evitar a entrada de água nas orelhas do animal. A médica-veterinária Carolina Filippos informa que existem formas seguras de fazê-lo. “Pode-se utilizar algodão hidrófobo ou parafinado. Conte ao médico-veterinário sobre os planos de levar o seu pet para a piscina e só saia da consulta com as orientações de como usar o algodão nesses casos”, orienta.

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