Ainda estamos no outono, mas a queda na temperatura de várias regiões do Brasil já dá sinais do que podemos esperar para o inverno desse ano. De acordo com alguns meteorologistas, a estação mais fria do ano ficará dentro da média histórica de temperaturas e a população precisa ficar atenta para se proteger durante os dias mais gelados. Essa recomendação também deve se estender para nossos pets que, assim como nós, também precisam de cuidados especiais para se protegerem das baixas temperaturas do inverno.
Nos dias mais frios os cuidados com os animais devem ser redobrados, afinal o fato de eles serem cobertos de pelos não significa que estão naturalmente protegidos e imunes às doenças. Apesar do inverno no Brasil não ser de frio extremo, a estação é marcada pelo tempo seco e pela pouca probabilidade de chuva. A alternância de temperatura que acontece entre madrugadas frias e dias quentes são um outro agravante para a saúde dos animais, principalmente para filhotes e animais mais velhos. A variação de temperatura ao longo do dia abre espaço para uma queda na imunidade, algo muito sensível entre essas duas faixas etárias, o que aumenta a probabilidade de contrair doenças típicas da época como gripe e pneumonia.
Entre os animais idosos existem outras doenças que têm seus sintomas piorados com o frio. Algumas delas: artrite, atrose, dores na coluna e nas articulações, atrofia dos músculos, etc. A diminuição na camada de gordura, que funciona como uma barreira natural, também pioram a qualidade de vida dos pets.
Os animais que sentem mais frio naturalmente tendem a procurar lugares quentes para dormir e se aninhar. Se o frio estiver sendo um grande empecilho o bicho também vai diminuir a ingestão de comida e água, perderão o interesse por brincadeiras, ficarão apáticos, e passarão boa parte do dia deitados, poupando energia. Na presença de doenças respiratórias, alguns podem ter tosse, espirros e até secreção nasal e ocular.
Separei cinco dicas essências para manter os pets aquecidos nesse inverno.
#1 Ofereça abrigo – Não precisa ser dentro de casa, mas é fundamental que seja em um local protegido do vento e da chuva. Faz parte do abrigo ter uma cama quente, longe do contato direto com o chão frio. Agasalhar o animal com roupinhas especiais para protege-lo do frio são uma ajuda a mais, que podem parecer frescura para alguns, mas tornam vida dos nossos melhores amigos muito mais confortável. Para filhotes use bolsas de água quente embaixo da caminha, os filhotes estão acostumados ao calor da ninhada. Além de aquecer, essa dica também serve para adaptar o filhote a seu novo lar.
#2 Banho quente – Nas épocas mais frias reduzir a quantidade de tosas, mas continuar dando atenção especial aos banhos, afinal eles ajudam a manter a saúde em dia, afastando parasitas e doenças. Escolher a hora mais quente do dia para dar banho e prestar atenção especial à temperatura da água, que deve estar morna. Sempre proteger os ouvidos para evitar otite – inflamação na orelha média. Antes de dar o banho por encerrado secar bem o animal e permanecer alguns minutos no ambiente para evitar o choque térmico. Alguns produtos conhecidos como banho a seco também são uma boa alternativa para a higienização nas semanas mais geladas pois eles não necessitam de enxague.
#3 Atividade física – Estimular a prática de atividades físicas não só ajudam na imunidade do bichinho, como também aceleram o metabolismo e ajudam a aumentar a temperatura. Existem no mercado diversos brinquedos que estimulam os pets a se movimentarem e interagir com os tutores. É também uma forma de mantê-los animados.
#4 Ambiente saudável – Tão importante quanto ficar tento aos fares diretos é observar as condições indiretas. Como já falado acima, o grande problema do nosso inverno é a baixa umidade. Para evitar um ambiente muito seco espalhe pelo ambiente toalhas úmidas ou baldes com água.
#5 Vacinação em dia – Manter uma rotina de consultas ao veterinário e a vacinação em dia é indispensável para manutenção da saúde. No inverno é fundamental para cães a vacina de gripe e para gatos vacina contra rinotraqueíte.
Os cuidados com a saúde também precisam ser estendidos para outros tipos de pet, como os répteis, pássaros, peixes e roedores.
Para as aves manter uma atenção especial para as gaiolas, evitando pendurá-las em locais com correntes de ar. À noite, mesmo em locais fechados, cobrir a gaiola com uma lona ou tecido escuro. Em ambientes muito frios, a dica é colocar uma lâmpada de cerâmica ou aquecedor no quarto onde o animal dorme, e essa dica também serve para roedores e répteis.
Donos de iguanas, tartarugas, jabutis, cobras e afins precisam dar atenção especial à temperatura do local, uma vez que a temperatura dos répteis é a mesma do ambiente e isso interfere diretamente em seu metabolismo. A dica nesse caso é dentro da gaiola do animal “construir” uma toca para que eles possam se aquecer. Forre a gaiola com serragem e papel picado isso funciona como um isolante térmico.
Cibele Erreiras Ruiz é médica veterinária, consultora do Grupo Ipet e especializada em nefrologia/urologia na Clínica Veterinária Bele Bichos.