CRMV-SP orienta quanto às características, hábitos e necessidades da espécie
Eles são mais de 23 milhões em todo o Brasil. Estamos falando dos gatos, que conquistam cada vez mais lares brasileiros. Para se ter uma ideia, em seis anos houve aumento de 20% na população de felinos no País, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais do que amá-los, os tutores desses petsprecisam saber quais as necessidades da espécie. Por isso, no Dia Internacional do Gato (08/08), o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) traz cinco dicas de cuidados com a saúde e bem-estar dos bichanos.
1 – Procure orientação médica-veterinária
Além dos cuidados básicos – como manter a carteira de vacinação em dia, castrar e proteger o animal contra pulgas e vermes –, seu felino precisa realizar um check-up anual para saber quais são suas condições de saúde. Mantenha a regularidade das consultas e exames.
Na opinião do médico-veterinário Thomas Marzano, presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, a escolha da clínica ou consultório deve ser criteriosa, levando em conta os impactos que o estresse que o animal pode sofrer por estar em um ambiente diferente. “O local deve ser silencioso e é indicado que a recepção de cães e gatos seja separada, com equipe treinada para lidar com os felinos.”
Ainda de acordo com Marzano, o ideal é que as paredes sejam em cores pastéis, uma vez que os gatos não gostam de superfícies com tons claros e que reflitam muita luz. “Aromas calmantes também são uma boa estratégia para tornar a consulta menos estressante ao animal.”
A capacitação do profissional que atenderá o felino também deve ser avaliada, conforme enfatiza a médica-veterinária e conselheira do CRMV-SP, Mitika Kuribayshi Hagiwara. “A escolha deve levar em conta não só a clínica, mas médico-veterinário que atenderá no local”, aponta ela, ressaltando que há estabelecimentos especializados em felinos, ou seja, que possuem infraestrutura para tal, porém, não possuem o profissional capacitado para atender felinos. “Não basta ter especialização, é necessário ter prática com a espécie”, destaca.
2 – Ofereça alimentação específica
A dieta dos gatos é mais restrita que a dos cães. “O cão está incluído no grupo dos omnívoros e possuem tubo digestório adaptado para uma variedade de alimentos. Já o gato é um carnívoro, que significa que ele necessita, obrigatoriamente, de proteína de origem animal”, esclarece Mitika.
De acordo com a médica-veterinária, a necessidade mínima de proteína de um gato em crescimento é aproximadamente 50% maior do que a de um cão da mesma idade. Em fase adulta, essa quantidade proteica mínima para o gato é 40% maior do que a de um cachorro.
Marzano pede atenção, também, para a qualidade da alimentação. “As rações super premium devem ser priorizadas”, diz o médico-veterinário, que ainda alerta para a importância do estímulo à ingestão de água e oferta de dieta úmida regularmente, uma vez que os gatos são sensíveis à problemas renais.
3 – Busque orientação para a higiene do gato
Quem convive com gatos sabe que eles se lambem com frequência, para auto-higienização. Justamente por isso, eles não precisam de banho com frequência, já que têm uma ampla capacidade de manterem-se limpos.
“Os gatos são extremamente higiênicos, capazes de realizarem a limpeza por conta própria”, explica Mitika.
Esse hábito, entretanto, leva ao acúmulo de pelos no estômago, o que pode provocar vômitos. Para ajudar o animal nesse sentido, os tutores podem buscar orientação médica-veterinária quanto a dietas que auxiliam na eliminação intestinal”, comenta Mitika.
De acordo com a médica-veterinária, para gatos com pelagem longa, que se embaraçam facilmente, é fundamental manter a escovação frequente. “Uma vez formada a bola de pelo, fica difícil a eliminação do amontoado, tanto pelo gato quanto pelo seu tutor.”
4 – Tenha atenção ao sono do pet
Os gatos têm hábitos noturnos, ou seja dormem muito durante o dia, já que a noite estariam melhor adaptados para caçar (se estivessem em vida livre). “Eles dormem, em média, de 12 a 16 horas por dia. Mas, em geral, não dormem um sono profundo e despertam a qualquer sinal de perigo”, explica Mitika.
Segundo a médica-veterinária, além de compreender essa característica do bichano, os tutores devem ter cuidado ao tocar ou acariciar o pet, quando ele estiver dormindo. “Isso porque o animal pode interpretar como uma agressão e reagir rapidamente, mordendo ou arranhando e causando ferimentos bastante dolorosos nas mãos o braços.”
5 – Saiba que gatos têm comportamentos parecidos com os de animais selvagens
Embora os gatos sejam frequentemente comparados com os cães, há diferenças marcantes entre esses animais, principalmente comportamentais, conforme alerta o presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP. Esse é um ponto que precisa ser levado em consideração pelas famílias que optam por ter gatos e que ajuda na compreensão das necessidades e preferências dos bichanos.
“Pelo fato do gato ter sido domesticado há muito menos tempo que o cão, eles apresentam comportamento mais semelhante a animais silvestres e selvagens”, argumenta Marzano, que considera que essa característica pode esconder sintomas em casos de problemas de saúde. “Isso também é um fator determinante para os gatos serem mais susceptíveis ao estresse e as consequentes oscilações no quadro de saúde do animal.”
Dia Internacional do Gato
O Dia Internacional do Gato, celebrado em 8 de agosto e criado em 2002 pela International Fund For Animal Welfare, tem como objetivo principal debater a saúde felina e conscientizar os tutores sobre como cuidar corretamente de seus gatos.