Os animais percebem seus tutores como membros da família, mesmo sabendo diferenciar humanos de outros cães. O especialista Cleiton Rupolo explica sobre esse processo de afeto e como se dá o amor nessas relações.
Eles são fofos, brincalhões, divertidos e amorosos, não é mesmo? É claro que estamos falando dos animais de estimação, especialmente os cães – são 53 milhões deles espalhados pelas casas e apartamentos no país. Para termos uma ideia, segundo dados do IBGE, atualmente, são mais pets do que crianças nos lares brasileiros.
A paixão pelos cachorros não é novidade, visto que o Brasil já o segundo maior mercado global de produtos pet, ultrapassando o Reino Unido (6,1%) pela primeira vez. “Esse é um amor indiscutível, mas a grande curiosidade das pessoas é saber como os seus animais de estimação percebem essa relação”, conta o veterinário da Nutrire – indústria de alimentos de alta performance para pets, Dr. Cleiton Rupolo.
Segundo a Emory University, localizada nos Estados Unidos, os pets amam seus donos e os veem como alguém da família. Um estudo feito pela instituição realizou exames de ressonância magnética no cérebro de alguns cães e concluiu que o olfato é o responsável por identificar essa reciprocidade na atividade cerebral.
Esses exames mostraram que os cães conseguem diferenciar odores e reconhecem imediatamente seus donos e outros animais familiares pelo cheiro. Ou seja, quando o odor característico do tutor se aproxima, o cérebro do pet é acionado e a sensação de felicidade e recompensa é ativada”, explica Rupolo.
Vale ressaltar que esse sentimento de recompensa não é estimulado por nenhum outro perfume. “Muitos pensam que os cães amam seus donos pela comida ou pelos agrados que recebem, mas essa relação vai muito além disso. Os animais sentem amor por seus donos pelo simples fato de ficarem próximos, juntos, unidos”, diz. Por isso, a alegria nos cães é nítida quando, por exemplo, retornarmos para casa depois de uma viagem. “As atividades cerebrais pesquisadas durante esses momentos são muito semelhantes às que nós sentimos quando reencontramos alguém que amamos”, explica o veterinário.
É comprovado que a interação dos cachorros com seus tutores é muito semelhante a de bebês e seus pais. “Isso explica porque o cachorrinho corre para o colo do dono quando se assusta ou quando está com medo”, completa o especialista. Essa relação de amor e cuidado é um laço criado quando o animal está nos primeiros meses de vida ou logo que ele chega em um novo lar.
Toda experiência que o cãozinho tem até os seis meses de vida será de extrema importância para seu desenvolvimento, visto que o cérebro de um filhote é receptivo o suficiente para que essas ações influenciem todos os períodos que ele viver depois. Cães criados por homens se sentirão mais confortáveis com a presença masculina e vice-versa. “Para toda regra sempre há exceções, claro, mas estamos falando do que geralmente acontece com a maioria dos pets. Por isso, é tão importante que os tutores interajam com seus animais, passeando, brincando e se divertindo com eles”, aconselha.